O que é Târaka Yoga?

"Taraka é a visão libertadora, a visão da não-atribuição dada à natureza da disposição das coisas da vida." (Srhi Swamiji Shânkara Saraswati Maharaj) 

   O foco deve ser mantido na natureza das coisas (como elas são), e não em como elas estão. Ao contrario dar-se-á sempre novas atribuições de acordo com as, já existentes, atribuições (conceitos) dadas pela sociedade.
   Tomando como um exemplo um vaso de barro (ou o barro em forma dum vaso), pode-se reconhecer que é o barro que constitui o vaso (sendo o barro, então, a natureza do vaso), quando o que constitui o vaso é esquecido, a persona se limita somente à utilidade do vaso (podendo julgar como boa ou ruim, ou seja, cria uma imagem mental com atributos para uma referência física que naturalmente é livre de atributos) e no que ele representa para o Ego da mesma. A persona, apegada à forma e utilidade do vaso é abatida em confusão quando o vaso se rompe, (sem uma referência física tangível pelos sentidos a mente não pode dar caracteristicas às coisas percebidas), criando então, a idéia de morte e fim. (a mais comum das atribuições).

"A palavra sânscrita Târaka, significa “libertador”. O termo define um conjunto de experiências Yogues que conduzem o yoguin para além do limiar mundo finito até a morada do Incondicionado.

   O Târaka Yoga baseia-se na filosofia não-dualista do Advaita Vedanta de Adi Shankara que viveu entre os séculos VII e VIII d.C. e foi considerada a principal corrente da filosofia indiana.

   No Târaka Yoga, a recuperação de nossa verdadeira natureza ocorre no ato de nossa iluminação (bodhi) por meio da disciplina do Yoga – união. Como processo, a mente desliga-se de todos os objetos externos se centrando internamente e transformando a unidade separada na unidade inseparável. A mente vulgar se converte na Consciência (chit) contínua do Ser único e vislumbra fenômenos luminosos que passam a desempenhar um papel decisivo. Essa Luz é produzida por uma técnica chamada Shâmbhavi-Mudrâ descrita no Tântra e no Hatha Yoga. À medida que os adeptos conseguem esvaziar a mente de todos os objetos, dados sensoriais, imagens e fragmentos de palavras que nascem do subconsciente, nasce à experiência de uma Luz radiante, intensa, presente e real.

Três são os sinais que designam esta experiência: 1. O Sinal Interno; 2. O Sinal Externo e 3. O Sinal Intermediário.

   No Târaka Yoga, a libertação está além dos fotismos ou quaisquer experiências geradas no decorrer do caminho yogue. O estado que transcende (unmani) revela a beatitude (ânanda) eterna do Absoluto. Essa beatitude, porém, não se trata do conteúdo de uma experiência pessoal, mas a essência própria do Ser que se revela como libertada."  (Srhi Swamiji Shânkara Saraswati Maharaj)